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Vaticano anunciou [na] quarta-feira ter preparado um documento para a
reforma do sistema financeiro internacional no qual convoca a criação de
uma “autoridade pública com competência universal”. O documento será
apresentado na segunda-feira à imprensa e foi elaborado pelo Conselho
Pontifício Justiça e Paz, liderado pelo cardeal africano Peter Kodwo
Appiah Turkson. “A reforma do sistema financeiro internacional na
perspectiva de uma autoridade pública de competência universal” é o
título do documento, que ainda não teve seu conteúdo divulgado. O
Vaticano apresenta assim propostas concretas perante a crise econômica e
social que afeta o mundo desde 2008.
Bento XVI se pronunciou em diversas ocasiões a favor de uma “intervenção
pública” e denunciou o sistema econômico atual e suas consequências
sobre os setores mais pobres da população, em particular os camponeses.
“A crise financeira mundial demonstrou a fragilidade do sistema
econômico atual e das instituições a elas conectadas”, declarou o Papa
em abril.
Para o chefe da igreja, é “um erro considerar que o mercado é capaz de
se autorregular, sem a necessidade de uma intervenção pública e sem referências morais internacionais”, escreveu. [...]
Em julho, o Papa condenou firmemente a “especulação financeira” com
alimentos. “O quadro internacional e as frequentes preocupações causadas
pela instabilidade, junto com o aumento dos preços dos alimentos,
requerem propostas concretas e necessariamente unitárias para obter os resultados que os Estados não podem garantir individualmente”, ressaltou na época.
(Terra)
Nota: Escreva aí (ou melhor, nem precisa escrever, pois já está
escrito há quase dois mil anos): os governos do mundo, em especial o dos
Estados Unidos, ainda vão bater à porta do Vaticano em busca de ajuda.
As crises e descontentamentos populares
estão deixando claro que as pessoas já não mais aguentam as injustiças e
desigualdades dos sistemas políticos que deveriam lhes garantir uma
vida boa e tranquila. Quando tudo parece falhar (e adicionem-se ao
“caldo” as tragédias “naturais”), o jeito é se voltar para a religião.
Mas que religião? E quem seria essa “autoridade pública com competência
universal”? E quem, por motivo de consciência, não puder obedecer aos
ditames dessa autoridade que aparentemente virá para salvar o planeta? O
cenário apocalíptico vai sendo montando, enquanto o povo faz chacota
sobre o tema do fim do mundo, graças a um pastor maluco que anunciou o fim do mundo para maio e não se contentou em ficar quieto: anunciou-o novamente para hoje.
Essas são apenas distrações satânicas para evitar que as pessoas se
deem conta do que realmente está acontecendo nos bastidores do conflito
entre o bem e o mal, cujo desfecho se aproxima rapidamente, afinal,
crises têm o poder de acelerar medidas que, de outra maneira, levariam
anos para ser implementadas.[MB]
