Ao
testar uma pequena barata-robô, pesquisadores acreditam ter lançado
alguma luz sobre a evolução das asas e a origem do voo das aves. Entre
os muitos elos perdidos [boa admissão essa] na história da evolução animal, uma dos mais instigantes é aquele que se acredita [note o fator crença aqui]
existir entre os dinossauros e as aves - sim, a teoria atual afirma que
as aves são descendentes diretas dos dinossauros. A pergunta básica que
os biólogos se fazem é: Qual seria a função inicial das asas, uma vez
que, em seus primórdios, o animal não saberia usá-las para voar, e elas
nem mesmo seriam suficientes para isso? [Boa pergunta, não?] Em outras
palavras, mesmo sabendo que há fósseis de sauros com penas, por que a
cega e insensível evolução teria começado a colocar asas em dinossauros?
[O simples fato de alguns répteis terem penas os colocam na posição de
ancestrais das aves? Lulas têm olhos muito semelhantes aos dos humanos,
mas não temos parentesco próximo, muito menos descendemos deles.] A
resposta pode ser: para ajudá-los a manter o equilíbrio e se moverem de
forma mais eficiente.
Essa é a conclusão de Kevin Peterson e seu professor Ron Fearing, da
Universidade de Berkeley, nos Estados Unidos. Eles estavam estudando um
pequeno robô com mobilidade similar à de um inseto - o DASH (Dynamic
Autonomous Sprawled Hexapod) foi inspirado em uma barata. Como o andar
do robô deixava a desejar, eles resolveram instalar asas para ver se
isso o ajudaria e ser tão esperto quanto seu modelo inspirador. E as
conclusões foram mais interessantes do que os pesquisadores imaginavam.
Embora as asas tenham melhorado significativamente o desempenho do DASH
na corrida - acelerando-o de 0,68 metro por segundo (m/s) para 1,29 m/s -
isso não seria suficiente para que ele decolasse. Mas, como o bater as
asas melhorou ainda mais o desempenho, os cientistas acreditam que isso
seja um reforço para a hipótese de que o voo começou com animais que
saltavam de árvores e abriam suas proto-asas para planar.
Além de permitir o planeio, as asas permitem que o robô suba em
superfícies bem mais íngremes, passando de uma inclinação máxima de 5,6
graus para 16,9 graus, também condizente com o comportamento de um
animal que precise chegar o mais alto possível para saltar.
O biólogo Robert Dudley, também de Berkeley, afirmou que a barata
robótica não é o melhor modelo para estudar o voo dos pássaros porque
ela tem seis pernas, e não duas, e suas asas são de plástico inteiriço,
muito diferente de penas. Por isso, esse experimento não é
suficientemente preciso para ser incorporado no estudo da evolução.
Mas ele gostou do uso de robôs para estudar a biologia evolutiva [claro
que iria gostar!]: “O que os experimentos conseguiram foi demonstrar a
viabilidade de usar modelos robóticos para testar a hipótese das origens
do voo.”
Então, agora é só construir modelos mais similares aos dinossauros, cujos fósseis preservaram as primeiras penas.
(Inovação Tecnológica)
Nota: A ânsia darwinista por evidências que corroborem suas
hipóteses macroevolutivas é tanta que os faz deixar de ver certas
incoerências. Lembre-se de que robôs revelam (muito) design inteligente.
Pessoas tiveram que usar a cabeça, fazer cálculos, gastar dinheiro e
tempo para projetar esses mecanismos relativamente simples, se
comparados aos organismos que os inspiram. Os chips e programas que os
fazem se mover e executar outras tarefas dependem de informação
específica provida pelos projetistas inteligentes. Depois vêm uns
espertinhos e dizem que esse mecanismo oriundo de design inteligente
pode ajudar a entender outro mecanismo muito mais complexo (no caso, o
voo), só que este fruto de mutações fortuitas, acaso e seleção natural.
Assim não dá! Enquanto os hipotéticos “elos perdidos” permanecem
perdidos, tudo pode ser usado para “explicar” a evolução! Até o design inteligente
(DI)! Além disso, usar modelos matemáticos baseados em premissas
filosóficas (no caso, o naturalismo e a macroevolução) para tentar
provar algo que não se pode observar empiricamente (a origem da vida e
os “saltos” evolutivos) não me parece pesquisa muito sólida.
Em seu blog no New York Times,
Alex Rosenberg analisa o espantoso fato de que a evolução foi capaz de
“criar” seres conscientes que, em algum momento, se aperceberam de que
eles teriam evoluído. Ele escreveu: “O livro A Origem das Espécies revelou como os processos físicos por si só produzem a ilusão de design.
Variações aleatórias e seleção natural são as fontes estritamente
físicas da economia meios/fins da natureza que nos enganam e fazem-nos
procurar um designer. Os naturalistas aplicaram esse discernimento para
revelar a natureza biológica das emoções humanas, percepção e cognição,
linguagem, valores morais, laços sociais e instituições políticas. A
filosofia naturalista, por sua vez, retribuiu o favor ajudando a
psicologia, a antropologia evolutiva e a biologia a resolverem seus
problemas por meio de maior clareza conceitual em torno da função,
adaptação, aptidão darwiniana e seleção individual versus seleção de
grupo.”
Para Rosenberg, ele e os demais seres humanos são o resultado de um
processo físico que, mais tarde, lhes dotou de consciência e razão, e
quer que aceitemos o fato de que essa aleatoriedade foi capaz de lhe dar
um cérebro (um amontoado de moléculas capaz de gerar pensamentos) no
qual podemos confiar!
Mas garanto que, se alguém visse a baratinha robótica na Universidade de
Berkeley e não conhecesse seus criadores, jamais concluiria que ela
poderia ser fruto de “variações aleatórias que nos enganam e fazem-nos
procurar um designer”.[MB]
“Quase que invariavelmente as pessoas formam suas crenças não baseadas
nas provas, mas naquilo que elas acham atraente” (Blaise Pascal).
