Instrumento
utilizado para cálculos astronômicos, construído por volta do século 2
a.C., era tão complexo que pode ser considerado precursor dos atuais
computadores. Segundo o estudo, o Mecanismo de Anticítera, resultado da
engenhosidade dos gregos antigos, era mais sofisticado tecnologicamente
do que qualquer outro mecanismo inventado por qualquer outra civilização
pelo menos nos mil anos seguintes. Os resultados da pesquisa estão na
edição de 30 de novembro de 2006 da revista Nature e foram
comentados em uma conferência em Atenas, nos dias 30 de novembro e 1º de
dezembro [daquele ano]. O grupo, liderado por Mike Edmunds e Tony
Freeth, da Universidade de Cardiff, no País de Gales, empregou
tecnologias de imagem e de tomografia em raio X de alta resolução para
estudar os fragmentos remanescentes do mecanismo.
O dispositivo era capaz de calcular movimentos astronômicos com precisão
notável, maior do que se supunha até agora. O computador mecânico
permitia acompanhar os movimentos da Lua – inclusive recriando sua
órbita irregular –, do Sol, de alguns planetas e até prever eclipses.
O Mecanismo de Anticítera foi descoberto em 1901 por um grupo de
mergulhadores que apanhavam esponjas próximo à ilha de Anticítera. As
peças foram retiradas de um naufrágio a 42 metros de profundidade. A
data estimada do naufrágio é 65 a.C.
De acordo com o novo estudo, o achado consistia em um engenhoso arranjo
com pelo menos 30 engrenagens de alta precisão, todas feitas de bronze.
As peças ficavam dentro de uma caixa coberta com inscrições. Como o
equipamento estava todo fragmentado – em 82 pedaços, o maior com 18
centímetro e alguns com menos de um centímetro –, havia muita
controvérsia sobre suas funções específicas. O inglês Derek de Solla
Price (1922/1983) foi quem mais se dedicou ao estudo do aparato, a
partir do fim da década de 1950. Resultados de suas análises estão no
livro Gears from the Greeks, de 1974.
No novo estudo, os pesquisadores foram capazes de reconstruir as funções
das engrenagens e dobraram o número de inscrições decifradas nas peças –
tais como ponto estacionário, eclipse lunar e eclipse solar. O número
de engrenagens foi estimado em 37, contra as 29 propostas por Price.
Reconstruções tridimensionais feitas em computador sugerem como o
dispositivo pode ter funcionado.
“Trata-se de um dispositivo extraordinário, o único do tipo. Além da
precisão para fazer cálculos astronômicos, tinha um lindo desenho. A
maneira como as partes mecânicas foi projetada é de cair o queixo. Quem
quer que o tenha construído, o fez extremamente bem”, disse Edmunds, em
comunicado da Universidade de Cardiff.
Números representavam os movimentos dos planetas e engrenagens atuavam
como representação mecânica das ideias aceitas no século 2 a.C., como a
que considerava que as irregularidades dos movimentos da Lua no céu
sobre a Terra se deviam a uma possível órbita elíptica do satélite.
Os pesquisadores pretendem construir um modelo em computador com todos
os movimentos do Mecanismo de Anticitera e, em seguida, uma réplica
funcional. “O mecanismo levanta a questão de o que mais estava sendo
feito naquele período [na Grécia Antiga]. Em termos de valor histórico,
trata-se de algo mais valioso do que, por exemplo, a Mona Lisa.”
(TreinaWeb)
Nota: Esse achado me faz pensar pelo menos duas coisas: (1) As
civilizações antigas não tinham nada de “primitivas” e apontam para a
origem superior da nossa espécie (lembre-se também das magníficas
pirâmides e outras obras monumentais e inigualáveis). (2) Por que os
pesquisadores concluíram logo de cara que o Mecanismo de Anticítera foi construído com engenhosidade?
Não poderia ele ser o resultado do ajuntamento casual de metais ao
longo de milhões de anos? Por que não? Então, por que os evolucionistas
não titubeiam em atribuir à seleção natural e a mutações aleatórias
(portanto, ao acaso) a existência de mecanismos infinitamente mais
complexos do que os computadores mais modernos? Não consigo entender a
“lógica” deles. Note o que afirmou Edmunds: “[O dispositivo
extraordinário tem um] lindo desenho. A maneira como as partes mecânicas
foi projetada é de cair o queixo. Quem quer que o tenha construído, o
fez extremamente bem.” Então pense nas células, no DNA, na quinesina, no olho e no cérebro humano, no flagelo bacteriano, nas bursas, na placenta, etc., etc., etc. Quem quer que os tenha construído também os fez extremamente bem.[MB]
