A
China, segundo alguns especialistas, não dominará o cenário econômico,
pelo contrário, chegou ao seu ápice e deverá decair nos próximos anos, o
que manterá a hegemonia dos Estados Unidos da América no cenário
econômico e político, dando cumprimento, portanto, às profecias de
Apocalipse e Daniel. Vejamos a posição de especialistas no assunto:
Notícia de ontem do jornal Valor Econômico: “Mas uma das
oportunidades na futura mudança de foco para o Oriente é a chance de os
líderes políticos – e candidatos - americanos explicarem aos cidadãos do
país que na verdade a China não é tão assustadora assim. A China
enfrenta seus próprios problemas econômicos consideráveis, uma
constatação que pode pelo menos suavizar a atmosfera de ansiedade e medo
econômico que tomou conta dos EUA.
“Na verdade, está emergindo um grupo totalmente novo de céticos quanto à
China, que acham que o potencial econômico do país está sendo exagerado
e os problemas do país, minimizados. Num comentário distribuído semana
passada, Jerry Jasinowski, um economista e ex-presidente da Associação
Nacional da Indústria dos EUA, declarou que ‘há evidências cada vez
maiores de que a concorrência chinesa à indústria americana atingiu o
auge e sua vantagem competitiva está em declínio.’
“Jasinowski citou especialmente um relatório recente do Boston
Consulting Group afirmando que o custo de produzir na China está
crescendo devido à escalada local nos salários, do preço das
matérias-primas e do combustível. Ao mesmo tempo, escreveu Jasinowski,
os fabricantes americanos ficaram mais competitivos por conta do
doloroso ajuste econômico em curso atualmente. Com o tempo, argumentou
ele, quando levado em conta o custo de transportar produtos da China,
produzir e comprar nos EUA voltará a ser mais atraente.
“Se o cenário competitivo está ficando mais equilibrado, uma meta que os
líderes americanos devem adotar é pressionar mais a China a respeitar
todas as regras econômicas internacionais. Isso significa especialmente
uma pressão contínua para encerrar a manipulação do valor de sua moeda e
proteger mais as patentes da pirataria. A verdadeira meta da diplomacia
americana é convencer a China de que um sistema internacional justo é
do seu interesse no longo prazo. ‘Se um país grande como a China não
obedece às regras, o sistema mundial fica prejudicado e, no fim das
contas, a China também, já que depende muito dele’, diz o subsecretário
de Estado dos EUA, Robert Hormats.
“E isso insere a questão na campanha presidencial nascente nos EUA. Já
ocorreu bastante demonização da China nesse campo, em boa parte graças
ao candidato de oposição Mitt Romney,
que promete adotar uma linha mais dura contra aquele país. Ele propôs
impor tarifas de importação à China em retaliação direta à manipulação
cambial e à pirataria de propriedade intelectual, e foi até aplaudido
num debate na semana passada quando sugeriu que a China deveria ser
pressionada de alguma maneira a assumir o custo da ajuda internacional
que os EUA fornecem atualmente a países pobres.
“Mas existem outros meios de fazer valer os interesses americanos, como
se unir aos países asiáticos e latino-americanos que se sentem
amedrontados pelos chineses. Na realidade, o melhor debate mesmo pode
ser descobrir como concorrer melhor com a China, e não como puni-la.”
(Colaboração: Yuri Almeida Belchior Tisi, acadêmico de Direito no UniCEUB, Brasília, DF)
