Hoje,
gostaria de dividir com vocês o testemunho de uma de nossas leitoras, a
Eliane Carneiro de Ponta Grossa – Paraná (3ª da esquerda para a
direita, com seus alunos da classe dos adolescentes). Que esse
testemunho possa de alguma forma fortalecer sua esperança e fé em Cristo
Jesus!
O ano de 2005 foi muito difícil para
minha família. Começou com várias notícias tristes e entre elas o
falecimento de uma querida tia, irmã de mihha mãe. Mas também com uma
ótima notícia, pois descobri que fiquei grávida.
Era minha segunda gravidez. Minha filha
mais velha estava com 8 anos no início de 2005 e ficou muito feliz, pois
aguardava um irmãozinho desde muito pequena. Foi uma gravidez planejada,
pois antes não tínhamos condições de cuidar de mais um filho por
diversos fatores. Esta notícia nos trouxe muita alegria.
A seguir, minha filha mais velha ficou
quinze dias com febre e dores na juntas dos braços, pernas e mãos. Foi
muito difícil para mim, pois meu marido viajava constantemente pelo
trabalho, e eu tinha que cuidar dela sozinha. Passava dias e noites com
febre. Durante o dia minha família tomava conta dela e eu ia para o meu
trabalho, numa cidade vizinha de onde eu morava. Então, viajava de
manhã, preocupada com a filha e passava a noite toda cuidando dela. A
pediatra fez tudo o que podia, mas não conseguiu identificar o problema.
Até mandou que ela ficasse hospitalizada para agilizar os exames, que
na época fizemos pelo SUS. A cada resultado, não aparecia nenhum
problema, mas a febre e as dores continuavam, e a minha angústia
aumentava.
Após quinze dias os sintomas
desapareceram, mas minha filha foi encaminhada para um especialista.
Fomos então consultar um reumatologista e ele solicitou outros exames
diversos. Minha filha já não suportava a idéia de tirar sangue.
Precisava fazer exames a cada semana. E os resultados demoravam para
sair, cerca de quinze a vinte dias.
Neste meio tempo meu sogro ficou muito
doente. Todos ficaram preocupados com ele. Era mais um assunto delicado a
tratar. Minha gravidez estava indo muito bem. Fiz o pré-natal e todos
os exames necessários. Quando eu já estava de cinco meses a secretária
do médico de minha filha ligou dizendo que ela estava com lúpus. Eu não
sabia ao certo como esta doença agia nas pessoas, mas pesquisei e as
notícias não eram nada agradáveis. Foi quando me lembrei de uma música
que diz “Aqueles que confiam no Senhor renovam suas forças”. Eu confiei
no Senhor. O médico então pediu mais alguns exames complementares. Mais
quinze dias e os resultados saíram. O médico analisou e chegou a
conclusão de que minha filha é “falso positivo”. Segundo ele, existem
pessoas que são positivo em um exame, mas não apresentam a doença. Minha filha é uma delas. Confio que o Senhor a livrou desta doença. Louvei e ainda louvo a Deus por isso.
pessoas que são positivo em um exame, mas não apresentam a doença. Minha filha é uma delas. Confio que o Senhor a livrou desta doença. Louvei e ainda louvo a Deus por isso.
O meu sogro piorou e foi hospitalizado.
Ficou 21 dias no hospital. Foram dias muito cansativos para nós. Ele
acabou falecendo dia 1? de julho de 2005. Minha sogra iria ficar
sozinha, então decidimos ir morar com ela, já que estava tudo acertado
para mudarmos para a cidade onde trabalho, por conta do bebê que estava
chegando e também para eu poder ficar mais tempo com minha filha.
Eu já estava com sete meses de gravidez.
Alguns dias depois de nos mudarmos comecei com alguns sintomas um tanto
estranhos. Tinha muita coceira no corpo todo. Não conseguia dormir por
isso. Fiquei muito cansada. Mas minha médica me tranqüilizou, dizendo
que estava tudo bem. Mesmo assim eu sofria demais com aquela situação.
Estava com o enxoval prontinho. Já havia
comprado o berço e um guarda-roupa. Lavei as roupinhas que havia
ganhado, pendurei tudo nos cabidinhos e coloquei no guarda-roupa. Agora
era só esperar chegar a hora do bebê nascer. Era uma menina. Minha filha
ficou muito feliz, pois sempre desejou uma irmãzinha, segundo ela, para
pentear o cabelinho. Ela estava com nove anos. Não cabia em si mesma de
tanta felicidade.
Uma noite muito chuvosa eu comecei
contrações. Já havia ido ao hospital algumas vezes com contrações e eles
me mandaram de volta para casa porque não tinha dilatação. Fiquei uma
noite hospitalizada para fazer exames. Mas os exames estavam todos
normais. A única coisa estranha além da coceira no corpo, eu vi minha
urina muito escura. Bem amarela mesmo. Mas as médicas disseram que
estava tudo bem.
Passei aquela madrugada, razoalvelmente
bem, conversando com meu bebê. A Nicole dormiu era umas 6:00h da manhã.
Eu também descansei um pouco. No outro dia pela manhã fomos ao hospital
porque eu senti uma dor muito grande, minha barriga ficou extremamente
dura. Achei que tinha chegado a hora. Então pegamos todos os apetrechos e
roupinhas e fomos. Eu, meu esposo e minha filha.
Ao chegarmos lá no dia 14/09/2005, a
médica que me atendeu não conseguiu ouvir o batimento cardíaco da
Nicole. Pediu um ultrassom. E veio a triste notícia. A Nicole estava
morta. A médica chorou abraçada comigo. E eu tentei confortá-la. Disse
que nós confiamos em Deus, que Ele está no comando. Quando ela saiu da
sala, eu ouvi claramente uma voz no meu ouvido “Você precisa ter um
piazinho”. Confesso que não dei muita importância para isto na hora porque a dor era muito grande. E ainda os médicos decidiram induzir
o parto. Pois é, eu tive que fazer força sozinha, já que ela já estava
morta. O meu bebê tão esperado.
Milha filha ficou muito nervosa. Queria
que o médico desse um jeito na mãe dela que estava com muita dor. Mas
minha dor maior foi de perder a minha pequenina tão esperada. Nenhum pai
ou mãe deveria ter que perder seus filhos. Nem tem como medir o quão
triste é. Precisei fazer tratamento porque fiquei com anemia profunda,
mas depois de alguns meses fiquei grávida novamente. E foi cuidado mais
de perto por outro médico, porque o meu patrão começou a pagar um plano
de saúde para mim. Ele nasceu com um mês de antecedência.
Nasceu o meu piazinho, o Benjamin. Foi então que me lembrei da voz que me avisou “Você precisa ter um piazinho”.
Nasceu o meu piazinho, o Benjamin. Foi então que me lembrei da voz que me avisou “Você precisa ter um piazinho”.
Hoje eu entendo a dor que muitos pais
têm por perder filhos. Depois do Benjamim perdi mais um bebê, quando
estava com um mês e meio de gravidez. Tinha engravidado sem planejar,
mas queria muito este bebê também. Minha dor é grande. Conversei com
minha médica e ela sugeriu que fizesse análise com alguma psicóloga. Mas
na minha cidade não conheço nenhuma psicóloga adventista. Eu ainda
choro pelos cantos. Às vezes sinto a necessidade. Mulher é feita de algo
muito mole mesmo. Vontade de Deus. Mas foi pela vontade dEle que tudo
aconteceu.
Continuo confiando e entregando minha
vida nas mãos de Deus. Sei que ele está no comando. O Benjamin é muito
querido. Está hoje com 4 anos e está na Escola Adventista de Ponta
Grossa-Pr, onde moramos. Até já canta na igreja. Ama freqüentar a
igreja. E a minha filha mais velha, a Mayara, já está com 15 anos,
linda, enorme, curada, pela graça de Deus. Somos uma família de
cantores, a Mayara também canta na igreja desde os 4 aninhos.
Depois disto tudo ainda tive alguns
problemas de saúde, e só não morri, porque Deus foi misericordioso com
meus filhos, que sei que precisam de mim. Mas continuo confiando nEle!