O verdadeiro culto resulta em coração puro e mãos limpasAcesse a frase a “marca da besta” no Google e você obterá mais de 559.000 resultados. Parece que há muita gente intrigada com esse termo, mas o que exatamente é a marca da besta? É uma tentativa de se salvar da submissão a poderes opostos a Deus e à Sua lei; é o culto à criatura em vez de ao Criador. É o oposto do selo de Deus. Leiamos Apocalipse 14:9-12 para desenvolvermos essas ideias.
O Culto Verdadeiro x O Falso Culto
“Seguiu-se a estes outro anjo, o terceiro, dizendo, em grande voz: Se alguém adora a besta e a sua imagem e recebe a sua marca na fronte ou sobre a mão, também esse beberá do vinho da cólera de Deus, preparado, sem mistura, do cálice da sua ira, e será atormentado com fogo e enxofre, diante dos santos anjos e na presença do Cordeiro. A fumaça do seu tormento sobe pelos séculos dos séculos, e não têm descanso algum, nem de dia nem de noite, os adoradores da besta e da sua imagem e quem quer que receba a marca do seu nome. Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus.”
Primeiro, consideramos a prática do verdadeiro culto justaposto à contrafação do falso culto. Essa mensagem se centraliza na questão do culto: “Se alguém adora a besta”.
Debates a respeito do culto não são novos na igreja. Abundam os argumentos quanto ao que é culto aceitável – culto aberto, culto livre, culto tradicional, culto particular, culto corporativo, músicas do culto, dramatização no culto e assim por diante.
O observador neutro pode concluir que o culto diz respeito aos participantes. Na verdade, o culto focalizado nos adoradores nada mais é do que narcisismo espiritual, idolatria religiosa ou, se você preferir, culto à besta.
Nas palavras de Chris Rice: “O verdadeiro culto a Deus não é ornado com nossas palavras e partes vocais e com nossos corpos para impressioná-Lo com nossas ações. O verdadeiro culto é nos despirmos diante de Deus.” Como disse A. W. Tozer: “O culto é o conhecimento do santo.”
Nos últimos dias, a igreja remanescente de Deus chamará a atenção para o autêntico culto bíblico. Este não ocorrerá em um dia escolhido pelas pessoas, mas no sábado que foi santificado na Criação. É o culto que não foi fixado conforme as preferências humanas, mas na paixão do valor atribuído a nosso Santo Deus.
Salvação pela Fé x Salvação pelas Obras
A segunda questão que surge na mensagem do terceiro anjo apresenta a salvação pela fé contra a salvação pelas obras. Ellen White apresenta este pensamento: “O tema da maior importância é a mensagem do terceiro anjo, que abrange as mensagens do primeiro e do segundo anjos. Todos deverão compreender as verdades contidas nessas mensagens e demonstrá-las na vida diária, pois isso é essencial para a salvação.”[1]
Por que essa mensagem é tão importante? Ela é importante porque o destino eterno de todos os seres humanos depende dessa questão central trazida pelo terceiro anjo – a questão do culto. Sua lealdade está reservada somente a Deus? Ou você se comprometerá com a contrafação de um deus que blasfema contra o Deus Santíssimo?
No reino de Deus, a salvação é gratuita a todos que aceitam o que Jesus fez na cruz. No reino da contrafação do inimigo, a salvação deve ser alcançada pelas obras. “[...] e não têm descanso algum, nem de dia nem de noite, os adoradores da besta e da sua imagem”. O descanso somente é para os que dependem plenamente de Jesus para tudo – vida, liberdade e salvação.
Um exemplo desse descanso é a dádiva do sábado, o dia ordenado por Deus para culto. Além do mais, a observância do sábado é a resposta maravilhosa ao que Jesus fez por nós.
Pense no que Jesus fez. Ele sofreu a pena do pecado. Isso significa que nunca nos precisamos preocupar a respeito de sermos suficientemente bons para estar no Céu. Essa dádiva não se baseia naquilo que fazemos; antes, no que Jesus fez. Nada tem que ver com o ir à igreja em determinado dia, ou a se abster da carne de porco ou de devolver o dízimo. Somos salvos somente pela fé em Jesus. No Calvário, Jesus nos deu o que não podemos conquistar – o direito de estar diante de Deus (ver Rm 3:21-24). Não podemos acrescentar nada ao que Jesus fez.
Assim, o sábado é a resposta ideal a essa dádiva. Ele nos lembra do repouso de nossas lutas sem fim para sermos suficientemente bons. Em nosso frenesi para tentarmos obter a nossa salvação por nossas boas obras, Deus sussurra a dádiva do sábado como um lembrete para o descanso.
É irônico que João, o revelador, nos diga que a questão do culto será uma questão fundamental nos capítulos finais da história desta terra? Então, descanse, amigo peregrino; a obra já foi realizada no Calvário e Sua graça é o suficiente para você.
O Selo de Deus x A Marca da Besta
Uma dicotomia final que emerge nesse texto contrasta o selo de Deus com a marca da besta. Em Apocalipse 14, João descreve duas classes de pessoas pouco antes da volta de Jesus. O primeiro grupo adora a besta e recebe sua marca – ele se submete à sua autoridade e à expressão visível dela ao obedecer a uma lei mutilada, uma lei na qual foi inserido um mandamento humano. O segundo grupo contém os verdadeiros seguidores de Jesus que “permanecem fiéis” e “obedecem aos mandamentos de Deus”.
O cristianismo falsificado recebe a marca da besta. O cristianismo genuíno, o selo de Deus, é o oposto da marca da besta. Esse selo é simbolicamente descrito como tendo o nome de Deus e do Cordeiro escritos na testa. Significando que o remanescente reflete o caráter de Deus em sua vida. Eles seguem fiéis a Seu Salvador. Decidem guardar “os mandamentos de Deus e a fé em Jesus” (Ap 14:12). Eles obedecem a todos os mandamentos, incluindo ao quarto. Ellen White escreve: “[...] o sábado do quarto mandamento é o selo do Deus vivo.”[2]
Jesus guardou o sábado, estabelecendo assim exemplo para Seus seguidores. Não observamos o sábado por mérito para a salvação, mas expressamos nossa lealdade e culto ao Senhor a quem amamos.[3]
Rosa Cornelia Veal fala do encontro com uma mulher chamada Ruby Free: “Conheci-a quando estava conduzindo o grupo de turistas na Terra Santa. Ela deve ter um segredo, disse para mim mesma sentindo inveja. Quem poderia fazer tanto quanto ela e tão facilmente? Ela era boa ouvinte, hábil para eliminar dificuldades, organizadora, mãe de 72 turistas, além de seus dois filhos; não obstante, nunca estava cansada, nunca se aborrecia.
“Quando voltamos para casa, visitei a Ruby. Queria descobrir seu segredo. Ei-lo, um lema com duas palavras: ‘SIM, SENHOR’.”[4]4
Esse é o lema do remanescente de Deus. “Sim, Senhor”. Porque eles apreciam a amizade íntima com Ele, sua oração é: “Se Jesus prestava culto no Sábado e Tu me convidas a seguir-Lhe o exemplo, então, ‘Sim, Senhor!’”
E quanto a você? Deus está perguntando: “Você participará de Minha missão de esperança? Irá descansar na obra de Meu Filho, Jesus? Irá permanecer fiel a Mim?”
Como Ele anela ouvir duas palavras: “Sim, Senhor!”
PERGUNTAS PARA MEDITAÇÃO E DISCUSSÃO
1. Será que, necessariamente, todos os que prestam culto no sábado receberão o selo de Deus? E quanto aos judeus?
2. O autor enfatiza a frase: “Sim, Senhor.” Qual é seu significado no contexto desta leitura?
3. A guarda do sábado nos salva? Explique.
Karl Haffner
[1] Ellen G. White, Evangelismo, p. 196 (Carta 97, 1902, citado em www.sdabol.org/BOL%20Research/3ANGMESS.htm).
[3]
3Conceitos sobre o sábado, adaptado de Jon Paulien, What the Bible Says
About the End-time (Hagerstown, Md.: Review and Herald Publishing
Association, 1994), p. 126-129.
[4] http://forums.pinoybusiness.org/index.php?topic=16971.msg101854. Adaptado.