Essa
afirmativa, de certa forma, simplista, também conhecida como “ efeito
borboleta” , faz parte da chamada “Teoria do Caos”. É tida como uma das
leis mais importantes do universo. A ideia principal é que uma pequena
e, a primeira vista, insignificante mudança no início de um evento pode
trazer grandes e imprevisíveis mudanças no futuro.
Tomando como base esse método – o mais simples e mais incontestado de
todos, podemos aplicá-lo ao nosso cotidiano espiritual, sem medo de
cometer heresias, afirmando que a menor ação de alguém pode alterar
completamente o curso da sua história com Deus. E mais que isso, o
indivíduo que entende essa verdade assume o lugar da “borboleta” e
provoca significativas mudanças mesmo que por meio de pequenos atos. E
são pequenos gestos que identificam, por exemplo, a nossa verdadeira
adoração. E é na família que nossos pequenos atos tomam a proporção da
nossa proximidade com Deus.
“…não as adorarás, nem lhes darás culto: porque eu sou o senhor
teu Deus, o Deus forte, e zeloso, que vinga a iniquidade dos pais nos
filhos até a terceira, e quarta geração daqueles que me aborrecem; e
faço misericórdia até mil gerações àqueles que me amam, e que guardam os
meus preceitos…” (Êxodo 20:5)
Em tempos pós-modernos, quando as verdades até então tidas como
absolutas são questionadas e os valores morais vão perdendo significado,
é difícil entender essa palavra quase autoritária, mas é ela que nos
chama de volta ao lugar de filhos. Sim. Somos dEle. A vida está em Seu
poder. E viver sob esse legado é sentar-se como filhos no banquete da
vida. O Deus poderoso outorga presentes espirituais aos filhos da
obediência. Olha aí a figura de família. A paternidade com
responsabilidades, limites e recompensas.
Também a nossa menor indiferença espiritual se reproduz de geração em
geração. Não é que Deus se vinga nos filhos dos filhos, dos filhos, mas
são os frutos da infidelidade que são sentidos pelas gerações futuras;
assim como a recompensa da fé e obediência desencadeia bênçãos sem fim. E
quando lemos geraçõs podemos entender familias.
A escritora Ellen White diz que “…Os anjos se deleitam numa família
em que Deus reina soberano e os filhos são ensinados a honrar a
religião, a Bíblia e o Criador. Essa família tem direito à promessa:
‘Aos que Me honram honrarei.’ I Sam. 2:30”.
Hoje, frente às mudanças já inseridas em nosso modo de vida:
relacionamentos rápidos, falta de paciência para cultivar afetos
sólidos, consumismo, filhos sendo cuidados por estranhos e online, gente
amando as coisas mais do que as pessoas, ou negando a fé, o que
precisamos é restaurar o projeto inicial: Deus + homem e mulher =
família. Já não temos tempo para esperar. Nada melhor foi idealizado por
nenhuma mente genial.
“Uma família bem ordenada prega mais em favor do evangelho do que muitos sermões.” Não é assim?
O mundo está esperando ver famílias que façam a diferença. Já não
convence ir e vir da igreja. Importa que os vizinhos sejam impactados
pelo que veem e ouvem da janela.
Por isso é urgente a necessidade de repetir a atitude de reavivamento
e reforma do rei Josias, descrita em II Reis 22 e 23. Era apenas um
jovem, mas foi capaz de provocar reformas importantes na adoração ao
Deus verdadeiro. Quando ouviu as advertências de juízo sobre Israel
humilhou-se perante o Senhor. Depois convocou o povo para seguir seu
exemplo e limpar o templo.
E é assim mesmo. Primeiro comigo, depois os que estão sob minha
influência são impactados e esse movimento se estende até o interior do
templo. Primeiro em casa e depois na igreja.
Em cada família um altar em cada templo famílias adorando. Esse ato
renovado, essa consciência e o louvor farão eco por toda extensão da
terra.
Com famílias comprometidas com o estudo da Bíblia, com reverência
diante do sagrado e submissão irrestrita aos mandamentos do Deus forte e
zeloso, o mundo irá sentir a força que tem muitas “borboletas” batendo
asas e promovendo um reboliço espiritual e social no mundo.
E são destas pequenas coisas que pais e filhos devem cuidar. O rei
Josias mandou tirar os vasos oferecidos a deuses pagãos que estavam
dentro do templo. E é certo que dentro da casa de muitos cristãos há
vasos que precisam ser lançados fora. Sons e imagens oferecidos a Baal,
práticas inconvenientes, palavras e pensamentos levianos.
Alguém pode dizer que isso é tão insignificante… “Nossa família gosta
de comer assim. Achamos que não tem nada demais beber, comer, vestir e
adorar como queremos”.
É, porém, grave erro pensar assim. São as pequenas coisas que nos
impedem de celebrar a páscoa espiritual. Somente quando os sacerdotes
limparam o templo é que foi celebrada a festa pascal como nunca fora
vista antes.
Famílias felizes são tementes ao Senhor e ouvem o chamado para o
reavivamento e reforma, por amor. Famílias espirituais são a glória da
igreja de Deus. Vencem as crises em oração e criam os filhos para serem
cidadãos do céu. Esse é o maior evangelismo e o apelo mais veemente a um
mundo hostil.
Viva e reavive sua família no poder do Espírito Santo.
Darleide Alves, apresentadora da TV Novo Tempo
