[Meus
comentários seguem entre colchetes. – MB] A evolução é uma das maiores
descobertas científicas de todos os tempos [por que será, então, que não
existe sequer um prêmio Nobel em biologia evolutiva?]. Frequentemente,
biólogos têm achados surpreendentes [sic]: há tantas evidências a favor
da evolução, que argumentar contra ela é como negar que há uma lua no
céu [essa foi de doer!]. Confira oito exemplos, entre muitos, da
evolução em ação [então, vejamos o que eles têm de melhor a oferecer]:
1. Mariposa. Originalmente, a grande maioria das mariposas da espécie Biston betularia
tinha uma coloração clara, que era uma boa camuflagem contra
predadores. Antes da revolução industrial, uma variante escura da
mariposa contava como 2% da espécie. Depois da revolução industrial, 95%
das mariposas passaram a ter coloração escura. A melhor explicação para
essa mudança é que as mariposas claras perderam sua vantagem de
camuflagem conforme as superfícies claras foram escurecidas pela
poluição, e elas foram comidas por pássaros com mais frequência. Esse é
um exemplo de uma grande mudança em uma espécie, causada por mutações
levando à variação e seleção natural. [Inacreditável como ainda usam
esse exemplo já desmascarado como fraude.
E olha que é o exemplo número um da lista! Mesmo que se conceda uma
chance aos evolucionistas que ainda usam as mariposas de Manchester como
exemplo de evolução, que exemplo é esse? De simples variação ou “microevolução”
ou, melhor ainda, diversificação de baixo nível. As mariposas, a
despeito da mudança na coloração (flutuação), continuam sendo mariposas.
E ambas as cores ainda existem.]
2. Lagarto australiano. Especiação, a formação de uma nova
espécie de uma espécie ancestral, envolve muitas mutações levando a
mudanças significativas. Uma espécie de skink, Saiphos equalis, é
um lagarto da Austrália que parece estar submetido à mudança de por
ovos para dar à luz um filhote vivo. Uma vez que esses skinks podem
tanto pôr ovos quanto dar à luz, os cientistas tiveram uma boa
oportunidade de estudar as adaptações necessárias para o nascimento
vivo.
Embriões skink envoltos em um ovo têm uma fonte extra de cálcio que os
skinks nascidos vivos não têm. Essa diferença nutricional é compensada
pela mãe, que secreta cálcio extra para os jovens detidos dentro dela.
Isso parece ser o primeiro passo no caminho para o desenvolvimento de um
sistema como a placenta dos mamíferos.
Skinks que vivem na costa tendem a pôr ovos, provavelmente porque o
clima quente é previsível e suficiente para o desenvolvimento
embrionário. Skinks que vivem nas montanhas mais frias tendem a dar à
luz filhotes vivos, já que o corpo da mãe proporciona uma temperatura
mais estável.
É de se prever que essas duas populações, em algum momento, se separem
em diferentes espécies, e cada população se torne fixa na sua estratégia
reprodutiva. Isso levanta uma pergunta comum em criacionistas: se o
homem evoluiu do macaco, por que ainda há macacos? No caso dos skinks,
seriam duas espécies formadas: uma que põe ovos e uma que tem parto.
Cada uma delas seria mais adequada para seu habitat. Cada um é adaptado
ao seu nicho. [Mas ainda continuam sendo skinks, não é mesmo? Comparar a
gestação interna dos skinks com a placenta dos mamíferos também é
forçar a barra, pois a placenta é exemplo de complexidade irredutível. Confira aqui.
E mais: criacionistas bem informados sabem que os evolucionistas bem
informados não sustentam a hipótese de que o ser humano teria evoluído
do macaco.]
3. Mexilhões e caranguejos. Evolução acontece muitas vezes em
conjunto: um predador desenvolve um método de caça melhorado, e
quaisquer mutações que aumentem a capacidade de sobrevivência serão
selecionadas para levar a uma mudança na população de presas.
Nós não temos que esperar um predador evoluir para observar uma mudança,
no entanto, já que os humanos transportam espécies por todo o mundo, e
assim podemos observar interações entre novas espécies.
O caranguejo da costa asiática (Hemigrapsus sanguineus) é uma
espécie invasora na Nova Inglaterra, que se alimenta do mexilhão azul
nativo. Recentemente, foi observado que os mexilhões, quando detectam
caranguejos asiáticos, desenvolvem escudos mais grossos para impedir os
caranguejos de comê-los.
Esse comportamento é difícil para os mexilhões, e por isso é fortemente
regulamentado. O fator evolutivo aqui é que apenas os mexilhões de
regiões onde os caranguejos asiáticos são endêmicos engrossam suas
costas. Os de outras regiões não detectam os caranguejos como uma
ameaça. [Note que os exemplos continuam sendo de diversificação de baixo
nível, com mudanças em características mínimas. Assumir que o acúmulo
dessas mudanças ao longo de supostos milhões de anos tornaria o mexilhão
uma lagosta, isso, sim, é especulação macroevolutiva.]
4. Lagartixa italiana. Em 1971, dez lagartixas italianas (Podarcis sicula)
foram introduzidas na ilha de Pod Mrčaru, a partir de uma ilha vizinha.
Elas foram deixadas lá ao longo de décadas, para serem comparadas com a
colônia de onde foram tiradas.
As lagartixas de Pod Mrčaru prosperaram e se adaptaram à nova ilha. Elas
mudaram de uma dieta principalmente insetívora a uma pesada em
vegetação. Essa mudança de dieta parece ter impulsionado outras mudanças
dramáticas nos animais.
A cabeça das lagartixas de Pod Mrčaru são maiores, e tem uma força de
mordida muito maior [isso é mudança “dramática”?]. Essas são
adaptações-chave para lidar com as folhas que mascam. O sinal mais
emocionante [!] da evolução é o desenvolvimento de músculos usados para
separar porções do intestino. Eles servem para diminuir a passagem do
alimento através do intestino e dar tempo para as bactérias quebrarem o
material vegetal para a absorção. Este é um desenvolvimento inteiramente
novo na lagartixa italiana, e uma grande adaptação. [Escrevi sobre a Podarcis sicula aqui.]
5. Sapo-cururu. O sapo-cururu na Austrália é provavelmente uma
das espécies invasoras mais famosas do mundo. Ele faz imenso dano à
agricultura e às espécies nativas. A Austrália é grande, e leva tempo
para uma espécie invasora se espalhar. Os sapos na frente dessa onda de
invasão provavelmente são os melhores adaptados para se espalhar mais
rápido. Quando os sapos na frente da onda de invasão foram estudados, os
pesquisadores descobriram que eles eram maiores, mais resistentes,
tinham pernas mais longas que permitiam maior velocidade, e eram mais
ativos. Como resultado desses tipos de adaptações, a taxa em que os
sapos-cururu se espalham tem aumentado desde que eles foram
introduzidos. [Diversificação de baixo nível.]
6. Tentilhões. Lembra das observações de Darwin sobre a adaptação
entre os tentilhões das ilhas Galápagos? Esses tentilhões ainda estão
ajudando a evolução a ser entendida. Peter e Rosemary Grant estudaram os
tentilhões em uma das ilhas Galápagos, e observaram a mudança evolutiva
causada pela concorrência direta de duas espécies rivais.
A espécie Geospiza fortis estava bem estabelecida na ilha de
Daphne, e tinha sido estudada em profundidade. Seu bico era
perfeitamente adequado para quebrar nozes grandes. Em 1982, a espécie
maior Geospiza magnirostris, de uma ilha vizinha, chegou. Esses
tentilhões maiores poderiam afastar os tentilhões médios de sua terra
natal e comer todas as nozes de grande porte. Durante o período de
estudo, os tentilhões médios da ilha de Daphne desenvolveram bicos
menores e mais adequados para nozes menores, ignoradas pelos tentilhões
invasores. [Esse exemplo é clássico e, mais uma vez, se refere a
características mínimas como formato e tamanho do bico e cor da
plumagem. Desde que Darwin pisou em Galápagos, os tentilhões continuam
sendo tentilhões.]
7. Borboleta lua-azul. Estudar a evolução pode levar décadas, mas ocasionalmente a mudança acontece incrivelmente rápido. A borboleta lua-azul (Hypolimnas bolina),
das ilhas Samoa, estava sendo atacada por um parasita que destruía seus
embriões do sexo masculino. Isso levou a um desequilíbrio entre os
sexos, até que os machos representaram apenas 1% da população da
borboleta. No entanto, dentro de dez gerações (cerca de um ano), o sexo
masculino voltou a contar por 40% da população. Isso não é porque o
parasita desapareceu; ele ainda estava presente, mas não era mais letal
aos embriões do sexo masculino.
Esse caso mostra como uma mutação que dá uma vantagem pode rapidamente
se espalhar por toda uma população. Qualquer macho com a capacidade de
sobreviver à infecção seria capaz de acasalar com um grande número de
fêmeas, devido à escassez de outros machos, e espalhar sua imunidade
através de seus genes. [Isso também mostra como uma mutação (que às
vezes pode ser benéfica) que se espalha rapidamente por uma população,
mesmo a de animais que podem ter várias gerações em pouco tempo, apenas
lhes confere vantagens pela sobrevivência, como ocorre com as bactérias
que adquirem resistência a antibióticos,
por exemplo. Mas as borboletas e as bactérias continuam, depois de
tantas gerações, sendo borboletas e bactérias. Diversificação de baixo
nível.]
8. Evolução em laboratório. Conforme cresce uma enorme variedade
de patógenos resistentes aos medicamentos, aprendemos que a evolução é
mais fácil de ser observada em espécies que trocam rápido de geração.
Desde 1988, no laboratório de Richard Lenski, a evolução de uma linhagem
ancestral única para doze populações de E. coli foi estudada. Desde então, mais de 50 mil gerações de E. coli vieram e se foram, e as diferenças entre as populações, e entre cada população e a estirpe ancestral, foram documentadas.
Com amostras de cada população tiradas regularmente, as mudanças
genéticas acumuladas puderam ser acompanhadas com facilidade. Ao longo
do tempo, as bactérias se tornaram muito mais eficientes em crescer nas
condições utilizadas no laboratório. O estudo forneceu evidências de
como a evolução realmente ocorre [depende do que se entende por
evolução]. Uma das populações desenvolveu a capacidade de utilizar o
citrato como nutriente, algo de outra maneira desconhecido em populações
E. coli em condições semelhantes. [Clique aqui para ler o que postei anteriormente sobre as experiências de Lenski.]
[Espero que você tenha notado que, dependendo do uso que se faz da
palavra “evolução”, um criacionista pode até se considerar
“evolucionista”. Sim, porque os melhores exemplos que os darwinistas têm
de evolução se referem apenas à diversificação de baixo nível
(“microevolução”). Como não existem exemplos de macroevolução nem
evidências de que mutações genéticas teriam originado novos planos
corporais e/ou órgãos funcionais, os defensores da macroevolução
precisam interpretar os fósseis e elaborar suas “árvores da vida”
evolutivas ficcionais. Num diálogo com darwinistas, a primeira coisa
que se deve deixar clara é o conceito de evolução a que se está
referindo. Caso contrário, ambos – criacionistas e evolucionistas –
poderão estar falando da mesma coisa e concordando com ela (no caso, da
microevolução) ou de algo totalmente diferente e não científico (no
caso, a macroevolução). – MB]
(Hypescience)
Em tempo: Sou formado em Comunicação Social - Jornalismo (por isso, aprecio discutir o problema da origem da informação complexa) e tenho mestrado em Teologia (o que me fornece "ferramentas" e motivação para discutir os aspectos filosófico-teológicos das origens e a metafísica entranhada
no evolucionismo moderno). Respeito profissionais como os biólogos, que
certamente poderiam tecer comentários bem mais aprofundados com
respeito à postagem acima e muitas outras. Mas discordo de alguns
biólogos naturalistas que têm me criticado no Twitter, em fóruns e
alhures, afirmando que não posso falar de biologia por não ser biólogo.
Curiosamente, alguns desses biólogos mantêm blogs nos quais pregam o
ateísmo e se aventuram em assuntos teológicos. A esses - para os quais
defendo o direito de discutirem o que quiserem - quero lembrar de que
estou em boa companhia: Darwin era teólogo, não biólogo.[MB]
