Se
existe uma expressão que traduz tudo que tenho aprendido de Cristo em
minha leitura do livro “O Desejado de Todas as Nações”, essa expressão é
“Inexplicável amor”. É impossível não se emocionar e não amar ainda
mais o meu Salvador enquanto leio detalhes de Sua vida aqui nessa terra.
Hoje pela manhã, li os capítulos que
relatam o encontro de Jesus com Zaqueu e o banquete na casa de Simão. De
modo especial, enquanto digito essas palavras, ainda estou emocionada
com o último capítulo lido.
Jesus, Simão, Maria e Judas. Esses são
os personagens que se encontram no foco de minha reflexão. De um lado,
um fariseu que havia sido curado da lepra por Cristo. De outro lado, uma
mulher que havia recebido perdão, amor e respeito de Cristo. Com eles, à
mesa, um discípulo avarento. Entre eles, o amável restaurados de almas.
Essa é uma história conhecida. Seu relato bíblico encontra-se em Mateus 26:6-13; Marcos 14:2-9 e João 12:1-8.
Gostaria de me concentrar apenas em três atitudes de Jesus:
1. O cuidado de Jesus para com um coração aflito.
Maria acabara de ungir seu Senhor, e tornara-se, com isso, alvo de
críticas daqueles que estavam presentes no jantar em Betânia. Por mais
discreta que ela havia tentado ser, o aroma do perfume denunciou sua
ação aos que ali estavam. “Maria ouviu as palavras de crítica. O
coração tremeu-lhe no peito. Temeu que a irmã a repreendesse por seu
desperdício. Talvez o Mestre também a julgasse imprevidente. Sem se
justificar ou apresentar desculpa, estava para se esquivar dali, quando
se ouviu a voz de Seu Senhor: “Deixai-a, para que a molestais?” Viu que
ela estava embaraçada e aflita. Sabia que nesse ato de serviço exprimira
gratidão pelo perdão de seus pecados, e acalmou-lhe o espírito.
Erguendo a voz acima dos murmúrios da crítica, disse: “Ela fez-Me boa
obra. Porque sempre tendes os pobres convosco, e podeis fazer-lhes bem,
quando quiserdes; mas a Mim nem sempre Me tendes. Esta fez o que podia;
antecipou-se a ungir o Meu corpo para a sepultura.” Mar. 14:6-8.” O Desejado de Todas as Nações, p. 560.
2. A repreensão sábia feita a Judas.
Diante da oferta de Maria, Judas rapidamente se incomodou. Seu coração
avarento e seus interesses financeiros motivaram-lhe a criticar a
atitude da mulher. Jesus sabia o que se passava no coração de Judas, e
podia ter-lhe revelado as intenções publicamente, diante de todos os
convidados, mas, em Sua sabedoria e amor, não o fez. “O ato de Maria
achava-se em assinalado contraste com o que Judas estava para praticar.
Que incisiva lição poderia ter Cristo dado àquele que lançara a semente
da crítica e do mau juízo na mente dos discípulos! Com quanta justiça
poderia o acusador haver sido acusado! Aquele que lê os motivos de cada
alma, e entende toda ação, poderia haver aberto, aos olhos dos convivas
da festa, sombrios capítulos da vida de Judas. Poderia ter sido
patenteada a vã pretensão em que o traidor baseava suas palavras; pois,
em vez de compadecer-se dos pobres, roubava-os do dinheiro que se
destinava a socorrê-los. Poderia haver sido despertada indignação contra
ele por sua opressão à viúva, ao órfão e ao jornaleiro. Houvesse,
porém, Jesus desmascarado Judas, isso teria sido apresentado como causa
da traição. E, se bem que acusado de ladrão, Judas teria captado
simpatia, mesmo entre os discípulos. O Salvador não o repreendeu, e
evitou assim dar-lhe desculpa para a traição.” O Desejado de Todas
as Nações, p. 563. Cristo em seu inexplicável amor restaurador não deu a
Judas uma boa desculpa para traí-lo. Pelo contrário, deu-lhe a
liberdade de agir unicamente por sua própria decisão. A repreensão feita
a Judas resumiu-se na demonstração de amor feita à Maria.
3. A repreensão sábia feita a Simão. Simão, o anfitrião, também condenou a atitude de Maria. A ele Jesus direcionou uma parábola. “Como
fizera Natã com Davi, Cristo ocultou Seu bem atirado golpe sob o véu de
uma parábola. Lançou sobre o hospedeiro a responsabilidade de proferir a
própria sentença. Simão induzira ao pecado a mulher que ora desprezava.
Fora por ele profundamente prejudicada. Pelos dois devedores da
parábola, eram representados Simão e a mulher. Jesus não intentava
ensinar que diferentes graus de obrigação houvessem de ser sentidos
pelas duas pessoas, pois cada uma tinha um débito de gratidão que nunca
se poderia solver. Mas Simão se julgava mais justo que Maria, e Jesus
desejava fazer-lhe ver quão grande era na verdade a sua culpa. Queria
mostrar-lhe que seu pecado era maior que o dela, tão maior, como um
débito de quinhentos dinheiros é superior a uma dívida de cinqüenta.” O Desejado de Todas as Nações, p. 566 e 567.
Nas atitudes para com essas três
pessoas, Cristo usou de um amor inexplicável. Seu objetivo final era
oferecer salvação a todos eles. Mesmo a Simão e Judas, os quais
receberam repreensão, Cristo desejava salvar, e agiu de modo a
ganhar-lhes do coração e não afastá-los de Si.
Contudo, somos livres. E a liberdade que
o inexplicável amor de Deus nos concede permite que façamos más
escolhas. Vemos isso claramente no resultado da atitude de Cristo com
Simão e Judas:
“Simão começou então a ver-se sob um
novo aspecto. Observou como Maria era considerada por Alguém que era
mais que profeta. Notou que, com o penetrante olhar profético, Cristo
lhe lera o amorável e devotado coração. A vergonha apoderou-se dele, e
percebeu achar-se em presença de Alguém que lhe era superior.” O Desejado de Todas as Nações, p. 567.
“O olhar que Jesus lhe lançou, no
entanto, convenceu a Judas de que o Salvador lhe penetrara a hipocrisia,
e lera seu baixo, desprezível caráter. E louvando Maria, tão
severamente reprovada, Cristo repreendera a Judas. Antes disso, o
Salvador nunca lhe fizera uma censura direta. Agora, a reprimenda
irritou-lhe o coração. Decidiu vingar-se.” O Desejado de Todas as Nações, p. 563.
Simão permitiu-se ser transformado pela amável repreensão de Cristo, mas Judas não fez o mesmo.
Temos essa mesma oportunidade hoje.
Através da Bíblia e dos Testemunhos do Espírito de Profecia Deus nos
revela sua vontade e repreende nosso pecado. O que isso provoca em nós?
Nos aproximamos mais de Deus ou nos afastamos mais dEle quando Seu amor
denuncia nossos erros?
Permita, hoje, que o amor inexplicável de Cristo restaure a sua alma!
