Melhor é um prato de hortaliças onde há amor do que o boi cevado e, com ele, o ódio. Prov. 15:17.
Na
manhã de quarta-feira, 17 de novembro de 2004, Guilhermo e eu tomávamos
o desjejum na casa de uma família colombiana, em Santo Domingo dos
Colorados, Equador. Luz Dary me contava como havia abandonado seu país
depois que os guerrilheiros tomaram a fazenda de seu pai: “Tivemos que
fugir para salvar a vida”, disse.
Chegaram ao país
vizinho sem nada, no aspecto material, mas com muita vontade de
trabalhar e construir novos sonhos. Toda sua história ficara para trás
na terra de onde foram expulsos por causa da luta fratricida que sangra
uma nação heróica. Enquanto Luz Dary falava, podia ver em seus olhos uma
sombra de mágoa e tristeza.
Até pouco tempo
atrás, aquele sentimento tinha sido rancor, ódio e desejo de vingança.
Mas um dia ele encontrou a Palavra de Deus e entendeu que os sentimentos
negativos que guardava no coração não estavam fazendo nada contra os
guerrilheiros, mas estavam destruindo a ela mesma. Parou, pensou,
considerou seus caminhos e voltou-se para Jesus. O Salvador tirou o
rancor e colocou paz em seu coração como um remanso de águas calmas.
Sentado
à mesa conosco estava Guilhermo, que também saíra de seu país como
resultado das guerras internas. Dissimuladamente, Guilhermo tentava
esconder uma lágrima rebelde que teimava em sair. De repente, ele rompeu
o silêncio e, olhando para Luz Dary, disse: “Eu sou filho de um dos
líderes guerrilheiros que expulsaram vocês da fazenda.” O momento era
tenso. Eu tinha diante de mim os filhos do perseguidor e do perseguido.
Corações que outrora eram poços de contendas e ódio olhavam fixamente um
ao outro. Mas naquele olhar não havia rancor, nem mágoa, nem
ressentimento, porque um dia ambos encontraram Jesus.
Seja
feliz. Atreva-se a viver a dimensão da vida de amor. O amor cobre todas
as transgressões. O amor limpa, purifica e redime. Proponha-se hoje a
perdoar alguém. Abra o seu coração para o amor, porque “melhor é um
prato de hortaliças onde há amor do que o boi cevado e, com ele, o
ódio”.