Minha
duvida é a seguinte: Como explicar os tipos sanguíneos existentes, se
todos descendemos de Adão e Eva? Eva teria que ter o mesmo sangue de
Adão, pois foi retirada da costela dele. Então como explicar os outros
tipos de sangue? De onde eles surgiram? – T.
No ponto de vista darwinista, a principal causa evolucionária dos
variados grupos sanguíneos parece ser as doenças. Por exemplo, a malária
parece ser a principal força seletiva por trás do tipo O. Esse tipo
sanguíneo é mais prevalente na África do que em outras partes do mundo, e
se acredita que esse sangue carrega algum tipo de “vantagem evolutiva”.
A vantagem parece surgir no sentido de que as células infectadas com
malária não aderem bem aos tipos sanguíneos O ou B. Células sanguíneas
infectadas com malária são mais propensas a ficar nas células com o
açúcar A, formando aglomerados conhecidos como “rosetas”, que podem ser
fatais quando se originam em órgãos vitais, como o cérebro. Por outro
lado, as pessoas com sangue tipo O podem ser mais propensas a outras
doenças. Por exemplo, essas pessoas são conhecidas por serem mais
suscetíveis a serem atingidas pela bactéria Helicobacter pylori,
que provoca úlceras. Entretanto, os cientistas ainda não sabem se algum
tipo de doença em específico provocou os diferentes tipos de sangue dos
humanos. (Informações do site Hypescience.)
O criacionista e doutor em Genética Wellington dos Santos Silva explica:
o sistema ABO é formado por três loci gênicos: o locus ABO, localizado
no cromossomo 9, o locus H (antígeno H) e Se (secretor), ambos
localizados no cromossomo 19. Esses loci estão envolvidos na expressão
de antígenos que, na verdade, são moléculas de açúcar presentes na
superfície das hemácias. Tudo começa com o locus H que produz uma
glicosiltransferase (enzima que transfere moléculas de açúcar para se
ligar a uma molécula de lipídio presente na membrana da hemácia) para
formar o antígeno H. Esse antígeno H é formado por quatro moléculas de
açúcar. Depois temos o locus ABO que produzirá outras
glicosiltransferases, dependendo do alelo presente (A, B ou O). Se for o
alelo A, esse gene expressará uma enzima que irá transferir uma
molécula de açúcar para o antígeno H e formar o antígeno A. Se for o
alelo B, esse gene expressará uma enzima que irá transferir outra
molécula de açúcar para o antígeno H e formar o antígeno B. Se for o
alelo O, não ocorrerá produção de uma enzima funcional e teremos só o
antígeno H. Esse é o alelo O.
Podemos ver que as diferenças entre esses antígenos ocorrem devido a uma
pequena mudança que corresponde a umas poucas moléculas de açúcar.
Sabe-se que esses antígenos têm grande importância nas transfusões de
sangue, mas não se sabe exatamente qual a função deles.
Quanto à origem desse polimorfismo (variabilidade) no sistema ABO,
podemos especular que pequenas mudanças nesses genes poderiam levar ao
surgimento de outros alelos que, depois, seriam selecionados.
Do ponto de vista criacionista, não se conhece algum modelo que explique
a origem desse polimorfismo, mas, segundo o Dr. Wellington, não haveria
problema em considerarmos essa origem a partir de um casal, como se vê
em outros sistemas genéticos. O binômio mutação-seleção poderia explicar
bem isso.
