Observações
do cometa Hartley 2 pelo telescópio espacial Herschel deram novas
pistas que reforçam a teoria de que os cometas abasteceram uma parcela
significativa dos oceanos da Terra. Os cientistas acreditam que os
oceanos da Terra se formaram cerca de 8 milhões de anos depois que o
próprio planeta [segundo a cronologia evolucionista]. Não existe nenhuma
teoria para explicar a origem da água, surgindo espontaneamente na
Terra nascente. Por isso os cientistas têm estado mais confortáveis com a
ideia de que a água dos oceanos tenha sido trazida de algum outro
lugar, a bordo de cometas - embora ninguém nunca tenha sugerido a fonte
dessa água ou mesmo tenha calculado quantos cometas tenham que ter caído
aqui para trazer tanta água.
“A vida não existiria na Terra sem água em estado líquido, e assim as
perguntas de como e quando os oceanos vieram parar aqui é uma questão
fundamental”, disse Ted Bergin, da Universidade de Michigan, nos Estados
Unidos. “É um grande quebra-cabeças e essas novas descobertas são uma
peça importante.”
Medições realizadas pelo instrumento HiFi a bordo do Herschel indicam
que o gelo no cometa Hartley 2 tem a mesma composição química dos
oceanos. Ambos têm uma taxa D/H semelhante - a relação D/H é a proporção
de deutério, ou hidrogênio pesado, em relação ao hidrogênio comum. Um
átomo de deutério é um hidrogênio com um nêutron extra em seu núcleo.
Esta é a primeira vez que água similar à dos oceanos foi detectada em um
cometa.
Outros seis cometas rastreados com o mesmo instrumento nos últimos anos
apresentam uma relação D/H muito diferente dos nossos oceanos, o que
significa que tais cometas não poderiam ter sido responsáveis por mais
do que 10 por cento da água da Terra.
Os astrônomos supõem que o Hartley 2 tenha-se formado em uma parte
diferente do Sistema Solar. Ele provavelmente se formou no Cinturão de
Kuiper, que começa perto de Plutão, enquanto se acredita que os outros
seis se formaram na Nuvem de Oort, uma nuvem hipotética que se acredita
existir a cerca de um ano-luz do Sol.
(Inovação Tecnológica)
Nota: Se partirmos do modelo diluviano proposto pelo geólogo Dr. Nahor Neves de Souza Jr., em seu livro Uma Breve História da Terra,
a notícia acima ajuda a compor um cenário bastante plausível. Na
explicação para a fragmentação da crosta terrestre, a liberação de água
sob pressão abaixo da crosta (“fontes do abismo”, segundo o livro do
Gênesis) e a inundação proveniente de cima (“janelas do céu”), a queda
na Terra desses cometas ricos em água adiciona outro fator interessante.
Existem muitas crateras de impacto (não apenas na Terra, mas também na
Lua e mesmo em Marte, com indícios de erosão causada pela água também lá
no planeta vermelho) datadas mais ou menos da mesma época, tanto que
esse evento é chamado por muitos pesquisadores de o “grande bombardeamento”. Pelo visto, houve mesmo água suficiente para a grande inundação decorrente desse cataclismo global.[MB]
