Pois o necessitado não será para sempre esquecido, e a esperança dos aflitos não se há de frustrar perpetuamente. Sal. 9:18.
Há
quanto tempo você está suplicando por uma determinada bênção e o Senhor
parece não Se importar com seu pedido? O salmista apresenta hoje uma
promessa alentadora. Você não será para sempre “esquecido”, e não será
perpetuamente frustrado. Não é uma grande notícia?
Mas
existe uma condição para que a promessa divina se cumpra. Você precisa
ser um aflito necessitado. Aqui não se fala de dois tipos de pessoas.
Você sabe que esta é uma poesia hebraica e a beleza da poesia hebraica
não está na rima, e sim no paralelismo.
O
paralelismo é a repetição do mesmo pensamento em duas frases
aparentemente diferentes. Assim, o necessitado da primeira frase é o
aflito da segunda. Você pode estar aflito hoje, se estiver enfrentando
algum problema. Mas não se sentir necessitado.
A
palavra hebraica para necessitado é ebyôn, e é usada pelo menos em três
aspectos diferentes. Para referir-se a um estado de pobreza material, a
uma pessoa que não tem posição social ou a uma atitude de humildade
diante de Deus. Inclusive, o verbo hebraico necessitar, Abah, significa
aceitar, consentir. Ninguém aceita a intervenção de outro se não for
necessitado.
Quando
o ser humano acha que Deus está demorando a responder, é geralmente
porque não chegou ao estado de necessidade espiritual que o leva a
aceitar a intervenção divina em sua vida.
Naquela
noite, no mar da Galiléia, os discípulos lutaram com as ondas e o vento
contrário enquanto tiveram forças. Eram pescadores acostumados às
tempestades e tormentas. Para que pedir ajuda? Eles podiam resolver
sozinhos o problema.
Mas,
na quarta vigília, lá pelas quatro ou cinco da manhã, quando não tinham
mais forças, quando o orgulho e a suficiência humana haviam
desaparecido e sentiam-se “necessitados”, Jesus apareceu andando sobre
as águas para socorrê-los.
Sentir-se
necessitado não é um assunto de palavras nem de lágrimas. É uma atitude
do coração. É o que você e eu precisamos aprender diariamente, porque a
promessa do Senhor é que “o necessitado não será para sempre esquecido,
e a esperança dos aflitos não se há de frustrar perpetuamente”.
Roberto Roberti